- Broken Angel {1}

sábado, 19 de outubro de 2013 | | |


Angel, a linda garota de olhos castanhos claros, ruiva, tão linda. Mas no mundo errado. Estava ali, apenas com sua regata branca, meias sujas, em seu quarto, onde vivera presa desde os 6 anos. Paredes cinzas, um guarda roupa pequeno, um banheiro logo ao lado. E a única boa coisa, era a sua prateleira, cheia de livros, que pegava da biblioteca. Sentia seus olhos marejarem só de começar a lembrar sobre tudo.
Aos 6 anos, vendida pela mãe dependente química, para pagar uma dívida. Vendida, para Bob, um dos piores homens que já conheceu. Aos 10 anos, foi estuprada pelo homem que dizia “cuidar dela”, aos 13 anos, foi obrigada a ter relações com homens e mulheres por dinheiro, aos 15 anos, foi obrigada a ter uma overdose só para a diversão de Bob, aos 16, novamente abusada, e hoje, aqui trancada no quarto. Com medo que a porta seja aberta, e o pesadelo recomece.
Mas a porta foi aberta, fazendo-a fechar os olhos forte, para tentar acordar do pesadelo, logo os abriu e viu Bob, com um sorriso sarcástico no rosto.


 Só de ver da forma que ele a olhava, lhe dava náuseas. Ele se aproximou dela, ela queria se afastar, mas sabia que não resolveria nada. Se perguntava, como podia ser tão lindo, e mal ao mesmo tempo.

- Ah, Angel – acariciou de leve seu rosto – vai deixar saudades.
- o que quer dizer com isso?
- sorriu – eu te vendi, por um ótimo preço...  pra um cara aí, Li.. Lu... Louis!
- você me vendeu pra um cara que você nem sabe o nome direito?
- o que importa, ele está me pagando
- só se importa com dinheiro
- garotinha esperta – riu – vou chamar pra você conhecer seu dono
- eu não quero ir com esse... esse...
- riu – quem te deu escolhas?
Ele segurou em seu queixo com firmeza, a obrigando olha-lo nos olhos.
- o obedeça, se não, eu peço pra te deixar uns dias comigo, e você vai se arrepender amargamente, entendeu?
- entendi – disse baixo
- soltou seu rosto – que bom anjinha, vou chama-lo – sorriu

Então Angel começou a imaginar, os piores homens  possíveis que podem tê-la comprado, e cada vez se assustava mais. Até ouvir o barulho da porta, e ao olhar, não tinha nada haver com que havia imaginado.
Um homem não tão alto, olhos azuis cristalinos, uma barba mal feita, cabelo bagunçado... ele era lindo, mas isso não quer dizer que seja bom.

- Vamos Angel! Levante-se, e vá com seu novo dono - sorriu 

Angel, queria matar Bob, só pela forma que ele se referia a ela, como uma mercadoria da mais barata. Ela hesitou mas logo se levantou, colocou uma roupa um pouco mais descente, foi até eles, que estavam na sala conversando. Logo Louis estranhou, a garota pronta para ir, apenas com uma bermuda, uma regata simples, e meias.

- você não tem sapatos?
- não – disse baixo
- você não dá nem sapatos a elas?
- Louis... só leva a garota que você comprou, e aproveite, que é uma das melhores que nós temos

E assim Angel sentia mais náuseas e puro nojo de Bob, como ele conseguia ser tão baixo, talvez as náuseas, sejam por não ter comido nada até agora. Apenas acompanhou Louis, até seu carro de luxo.
Se sentou no banco ao lado dele, que logo começou a dirigir.
Ele pensou em puxar um assunto aleatório, mas ao ver a garota com um sorriso bobo no rosto, e os olhos brilhando, ao olhar para a linda Londres, preferiu ficar em silêncio, observando a garota sorrir, olhando para cada detalhe.
Angel, estava assustada, estava num carro de alguém que nunca vira em sua vida, mas um tanto feliz, afinal, vai embora, livre de Bob e companhia.
Ao chegar, Angel desceu do carro, e olhou para a grande casa.
Louis ia lhe pedir para esperar antes que ela saísse, afinal ela estava de meias, mas tarde demais. Ele acabou rindo baixo com a reação da garota ao ver sua casa.

- Vamos, Angel

Angel o encarou ainda sorrindo, e o acompanhou. Eles entraram na casa, que tinha um estilo vintage/retro, Angel andava lentamente, olhando pela sala.

- Eu posso andar pela casa? – perguntou inocentemente
- claro, Angel , fica a vontade– sorriu


No momento, Angel percebeu que ele tinha um lindo sorriso, e por um segundo quis acreditar que ele não a faria mal.
Então ela começou a andar pela casa, que era tão linda. Até que ouviu a voz de Louis a chamar. Ela foi rápido, não queria deixa-lo esperando. Ao chegar ele estava na cozinha. Tomando suco.

- só te chamei... talvez você esteja com fome – se recostou no balcão
- Sim – sorriu – na verdade estou morrendo... acho que faz mais de um dia que não como

Louis sentiu pena da garota, mas já se sentiu melhor ao pensar que agora ela estava em suas mãos, e não das pessoas que já devem ter lhe feito muito mal.
Como tinha dispensado a empregada (não gostava de ninguém em cima dele), foi a geladeira, e encontrou um bolo de chocolate, colocou na mesa, e uma faca.

- Pode comer, Angel, sei que está com fome

- Obrigada – sorriu


Louis se questionava, como ela poderia ser tão educada, já que provavelmente, sempre viveu presa naquele lugar...
Angel, logo pegou a faca, e comeu um pedaço do bolo, e ao sentir o gosto maravilhoso do chocolate, não pensou duas vezes, pegou outro pedaço ainda maior, e comeu de uma só vez. Louis apenas riu baixo, ao perceber a garota se esbaldando, e já ficando com a boca toda suja.

- não quer? – ela perguntou
- riu – não, Angel

 Quando ela parecia não aguentar mais, largou a faca na mesa, e se levantou. Louis se aproximou dela com um guardanapo e limpou sua boca delicadamente.

- sorriu – pronto – disse Louis
- obrigada – sorriu de canto

- Não precisa ficar assustada... você sabe bem o que eu quero, se você for uma boa menina, serei um cara legal pra você...
- e se eu não for uma boa menina?
- ergueu uma sobrancelha – você por acaso é?
- não
- então não precisa se preocupar... está cansada?

Ela assentiu, e logo Louis, começou a subir a escada, e ela apenas o acompanhou. Foram até o enorme e lindo quarto de Louis.

Ela olhou em volta, e depois voltou a olhar nos olhos azuis de Louis, que já olhava a garota de acima abaixo com segundas intenções. Ele não queria assusta-la, mas não estava nem um pouco afim de esperar ela estar preparada... então as coisas seriam como ele quer. 

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